Baseado em estudos e vídeos de Gregg Braden
“Compaixão pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outra pessoa. Não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza para com aqueles que sofrem.“- Wikipedia
Falar sobre compaixão é falar de algo além do abstrato. Algo que envolve sentimento e ação...Quando falamos de sentimento, entretanto, falamos de diferentes percepções. Assim para cada ser, compaixão pode ser vista e sentida de forma diferente. Mesmo com inúmeras diferentes definições, três são os pontos em comum: compreensão e percepção da dor de outrem, gentileza e ação.
Compaixão, portanto, vai além do sentimento de piedade ou amor. Energeticamente falando, costumamos representar este sentir/agir através de ícones/seres de especial grandeza. Um dos nomes mais conhecidos, Kwan Yin. Também conhecida como Avalokiteshvara, Kannon, Chenrezig, dentre outros.
Se estudarmos este ser/ícone veremos que trata-se de um BODHISATVA- “qualquer pessoa que, movida por grande compaixão, gerou bodhicitta, que é o desejo espontâneo de atingir o mesmo status de Buda para o benefício de todos os seres sencientes”.- Wikipedia
Um BODHISATVA:
a- se apresenta em diversas formas e gêneros, dependendo da necessidade, cultura e história
b- é ponte/ caminho entre os seres da Terra e o Paraíso
c- ouve os lamentos do mundo e trabalha para minimizar os lamentos do mundo
d- se compromete em estar entre nós / humanidade ajudando até que todos se iluminem
e- representam também a gentileza, o amor e o perdão.
Assim, podemos pensar COMPAIXÃO como amor em diferentes serviços gentis, minimizando o sofrimento do mundo, de forma a que possamos encontrar e vivenciar um estado Paraíso.
De acordo com o grande Mestre Dalai Lama um ser humano pode experimentar dois tipos de compaixão:
1- Biológico- faz parte do instinto. Sentimento natural que nos leva a proteger e minimizar o sofrimento daqueles que estão sob nossa guarda. Exemplos disto são os pais, ou os animais que se preocupam com o bem estar e a proteção de seus filhos.
2- Sentimento de ordem biológica expandido através da inteligência humana. Um sentimento cultivado e aprendido por aqueles que decidem e desejam expandir o bem apara aqueles além de seu âmbito familiar e comunitário.
A compaixão biológica, portanto, segundo Dalai Lama, é um sentimento limitado e não expandido. Quando a consciência expande o sentimento além deste pequeno círculo, podemos intensifica-lo e aprimorá-lo. Assim o biológico se recicla, expande e multiplica fazendo a diferença no mundo.
Pensando a definição de Dalai Lama, todos temos em nós a capacidade inata do sentimento de compaixão. Isto está presente em todo ser senciente. Olhar e perceber esta virtude em nós, nos convida a expandi-la o que, por sua vez, se manifesta em ainda maiores e diferentes ações compassivas, a partir de nossa escolha e decisão.
Segundo os Essênios compaixão é um estado de consciência, um estado natural de ser. Um sentimento presente quando temos nossa consciência além do julgamento, além do certo ou errado. Quando a mente e coração estão em coerência, conseguimos sentir a vibração que traz uma emoção que o cérebro decodifica gerando um sentimento que abre as portas do coração, assim chegamos a um estado de consciência que vibra e se movimenta em estado compaixão.
Para os Essênios então usando os pensamentos em coerência de hemisférios direito e esquerdo do cérebro em equilíbrio, lógica e emoção em coerência e unificados, a lógica de nossos cérebros direito e esquerdo em união com a sabedoria de nossos corações, abre as comportas da compaixão para nossas vidas.
Os Essênios pregavam cinco códigos e dizia que a forma como pensamos e sentimos estes códigos são a chave para chegar a um estado de ser compassivo. Dizem os Essênios que quando reconhecemos e absorvemos cada um destes cinco passos como possível para o mundo, a compaixão passa a ser um estado natural e um sentimento manifesto em nós. Assim, absorver estes padrões conscientemente é uma tecnologia para se tornar compassivo.
Desta forma para os Essênios Compaixão vai além de apenas simpatia ou empatia, se torna um estado natural de ser, pois advindo de crenças e emoções em harmonia abrindo portas do coração. Uma visão diferente sobre o mundo e os acontecimentos e seres neste mundo. Não algo que fazemos em consequência da simpatia ou empatia, mas algo que somos.
Dizem que se ACEITAMOS, CONFIAMOS E ACREDITAMOS em algumas premissas, então nos tornamos compassivos.
Segundo os Essênios há alguns passos/crenças/comportamentos para se tornar compassivo:
Código 1: ACEITAR que existe uma única Fonte que dá origem a tudo e a todos que existe. Tudo sem exceção é parte desta Fonte e como parte que é, se torna FONTE. Esta única Fonte criativa que cria tudo, se expressa em diferentes expressões. Na Terra, como nos multiversos, temos muitas diferentes expressões para uma mesma Fonte.
Desta forma, através deste código aceitamos também a ideia de que somos Um, uma vez que se todos são a Fonte criativa, então somos todos Um e todos iguais expressando experiências, formas e vivências diferentes. Cada um de nós é, portanto, a Fonte Criativa em singular manifestação. Como podemos pois julgar, condenar, criticar o outro sabendo que tudo é Fonte, Tudo é o mesmo que somos? se a Fonte se expressa em infinitas possibilidades, julgar estas possibilidades é julgar, criticar, condenar a Fonte. Como pode a Fonte criativa ser menos do que perfeição? Então como pode sua expressão ser menos do que perfeição?
Código 2- Se Confiamos no processo da Vida, como aparece para nós, se acreditamos no tempo Divino, que tudo é Divino e de acordo com o Divino, acreditamos também que não existem “acidentes” neste mundo. Está sempre tudo certo como é e como está. Apenas confiamos. Isto indica que não acontecem coisas ruins ou boas para as pessoas e que não há privilégios no mundo divino ou injustiças ou ganhos por merecimento. As coisas apenas acontecem, são como são. Assim autorizamos que o que testemunhamos acontecer a outros ao nosso redor, não necessariamente precisa ser também nossa experiência. São experiências diferentes com propósitos diferentes, sempre para nossa aprendizagem e evolução.
O segundo código nos ajuda a fluir na vida em leveza e graça. Ajuda-nos também a viver presente na Presença, no agora. Sabendo que tudo está perfeito como está, ao testemunharmos/sentirmos algo em desarmonia, nos expandimos para ajudar e acolher de um ponto mais neutro impulsionado apenas pelo desejo de somar e ajudar, sem julgar a experiência testemunhada. Há entretanto o cuidado em não confundir este código com a percepção de que se é “karma” nada devemos fazer para mudar ou ajudar a minimizar. A compaixão se estende sempre em ações objetivando acalmar a dor do mundo, redes de mútuo suporte, compreensão do sentimento de outrem e amor direcionado.
Código 3- Toda e qualquer experiência, sem exceção, é uma oportunidade para desenvolver mestria da vida. Uma oportunidade para demonstrar e experimentar seu nível de desenvolvimento ao lidar com os fatos que experimenta. Assim, não julgamos o que experimentamos como bom ou ruim, nem julgamos nosso desenvolvimento frente às situações pois enxergamos cada acontecimento como oportunidade de crescimento para nosso ser. “Isto é o que isto é” o que faremos com isto? é a chave para evolução.
O código 3 ativa em nós a gratidão por tudo que nos acontece e experimentamos, pela mestria desenvolvida como fruto disto e assim, nos retira mais uma vez do julgamento e da competição. Em nenhum momento isto significa que não devamos agir frente às experiências que testemunhamos e que geram dor e desarmonia. Mas nossa ação assim entendendo o mundo se torna pró-ação e não uma reação aos acontecimentos.
Código 4- Se você acredita que sua vida se desenvolve para que você se conheça a todo momento, uma vez que todos desejamos experimentar o equilíbrio, pas vezes escolhemos experimentar os extremos. Apenas experimentamos ou testemunhando os extremos podemos chegar ao equilíbrio pois escolhemos conscientemente o que queremos viver. Se sabemos, por um lado, que estamos todos unificados holograficamente, não precisamos experimentar todas as experiências, pois alguém está experimentando e isto interfere no todo, na rede do Um. Assim uma parte de nós está experimentando os extremos sem que tenhamos de passar por isto. Podemos também experimentar os extremos observando os outros. Por outro lado se não experimentamos/testemunhamos as coisas, não sabemos como encontrar o equilíbrio conscientemente. Quando você escolhe experimentar algo conscientemente, você sente a experiência e isto propicia um encontro mais consciente com o equilíbrio.
O código cinco em sequência aos códigos anteriores nos ajuda a dar graças por tudo que se manifesta em experiências. Sabendo que tudo está perfeito como está, que é este um processo de desenvolvimento de Mestria e um caminho para escolher e encontrar harmonia e equilíbrio, enxergamos a vida a partir de outro entendimento e assim também interagimos no mundo. Não precisamos escolher os extremos, mas aprender através do que testemunhamos do que alguns escolheram experimentar e criar. Agir em compaixão é, portanto, aprender e evoluir através do amor.
Código 5-
Se acreditamos que a Essência de vida é eterna, se acreditamos que a Essência é a Fonte, não pode ser criada nem destruída, e que tudo aqui é manifesto para transcender toda a fisicalidade, se acreditamos em nosso Espírito, então esta eternidade se aplica a nosso corpo também. Se somos Essência e Espíritos eternos, então também nossos corpos são eternos. Como nossos corpos físicos são feitos da mesma matéria da Terra e uma vez que a Terra está mudando seu eixo, nós também estamos mudando com a Terra. Se vivenciamos esta transfiguração, então nossos corpos físicos e o Espírito estão novamente funcionando de forma unificada. Assim, vivemos em uma consciência que nos permite transfiguração. Mudamos conforme experiências e unificamos mais e mais corpo e Espírito, assim ressuscitamos a nossa verdadeira origem.
Se aceitamos, confiamos e acreditamos nestas cinco premissas, então como podemos julgar eventos, escolhas e atos de nós mesmos ou de outros? se tudo é apenas uma expressão do UM? Se acreditamos em ordem divina, em tempo divino, como julgar os eventos em bons e maus, certos ou errados? Se confiamos no processo da vida e desenvolvemos Mestria a partir das experiências vividas ou observadas, como podemos julgar e condenar? Se aceitamos, confiamos e acreditamos nestas premissas, automaticamente nos tornamos compassivos. Uma vez que estas cinco premissas são verdadeiras para nós, nós encontramos nosso caminho próprio, nossa forma peculiar para viver este estilo de pensamento, emoção e sensação.